quarta-feira, 14 de abril de 2010

Gestão do Caos


Em seu artigo intitulado Alerta Vermelho Permanente publicado na revista HSM Management (Edição 75 de Julho de 2009) Philip Kotler afirma “Agora as empresas precisam ter um conjunto semipronto de respostas para surpresas, choques e oportunidades.”  Ok Kojak, essas são sempre as colocações dos consultores que cobram mega fortunas para falar o que pensam. Antes que me critiquem, sou leitor assíduo de Kotler desde a faculdade (fiz Administração de Empresas, há algum tempo...) e entendo o que ele quer dizer, mas a minha idéia aqui é analisar um pouco desse conjunto, e provocar você leitor, sim, você que lê Exame, Época Negócios, Você S.A., que arranjos você precisa fazer para enfrentar essas surpresas, ou choques de oportunidades.
É sabido que atualmente mais do que a mudança, o maior desafio meu, seu e de qualquer um é acompanhar a velocidade com que as coisas mudam, e isso toma uma proporção maior nas empresas. A grande verdade é que nada mais será como antes, profundo isso, mas pare para analisar a quantidade de mudanças, a quantidade de informação que você recebe diariamente, tudo bem que uma parte não tem a menor relevância, mas de qualquer forma você é bombardeado. Verdade ou não, fato é que o problema deixou de ser a mudança, mas a velocidade com que elas acontecem.
Essa frase me lembra uma explicação da Teoria do Caos, uma pequena variação nas condições em determinado ponto de um sistema dinâmico pode ter consequências de proporções inimagináveis. "O bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque." Uma pergunta que me vem à cabeça é, quando essa borboleta começou a bater a asa? Talvez no afã de identificar uma causa, apoiado em outra teoria, a de Causa e Efeito, que diz o seguinte "Nenhum efeito é quantitativamente maior e/ou qualitativamente superior à causa", complementando com uma visão minha, como tudo está conectado, a verdade então é, nós provocamos, em algum momento da história essa conseqüência avassaladora, o que acontece hoje conosco, é conseqüência de decisões que tomamos em algum momento de nossa vida, anos atrás.
Filosofias a parte o artigo sugere algumas reflexões interessantes, vamos a elas:
“Companhias mundiais hoje operam 24 horas, sete dias por semana, e o CEO simplesmente precisa estar disponível”.
O curioso nesse caso é a questão da disponibilidade, isso me lembra um conceito bem batido sobre liderança, que é o seguinte, imagine que na sua empresa a liderança é representada por uma cadeira que nunca fica vazia, se você, líder, não está sentado nela, exercendo sua função, então alguém está sentado nela e liderando em seu lugar.... Mas então o que é essa disponibilidade para o CEO, se ele tem que estar atento aos movimentos da empresa.
“Fenômenos como globalização e digitalização introduziram uma nova dimensão de velocidade e interdependência em nossas vidas. Não há retorno possível.”
Infelizmente, essa notícia não é boa, mas também não é nenhuma grande novidade, pois já não é de hoje que não é a mudança que mais impressiona, mas sim a velocidade com que ela acontece, e essa velocidade não é linear, ou seja depende do mercado em que você atua, ou seja depende que você conheça bem que mercado é esse, depende de como você lida com os processos de inovação, depende de como você contrata, depende do seu modelo de gestão, é.... não para por aí, mas isso é assunto para outro artigo.
E pra finalizar mais uma reflexão
“Em vez de falar superficialmente sobre planejamento para contingências, as empresas devem fazer planejamento de cenários. Em vez de estabelecer um orçamento fixo para cada departamento, devem definir orçamento variável. Os departamentos precisam saber com antecedência o que cortar se o mercado submergir e o que aumentar se as oportunidades de repente explodirem.”
Nessa eu vou recorrer à Terceira Lei de Newton, "Para cada ação há sempre uma reação, oposta e de mesma intensidade."
Grande abraço e sucesso

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